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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Estaleiros entregam dia 30 navio de patrulha oceânica

O primeiro dos seis navios de patrulha oceânica (NPO) encomendados pela Marinha portuguesa aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai ser entregue dia 30, com um ano de atraso em relação à última data prevista.

Fonte dos ENVC disse hoje à Lusa que na cerimónia de entrega do NPO Viana do Castelo vão marcar presença o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, e o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrelo, além de Manuela Eanes, a madrinha do navio.

Depois de vários adiamentos, o Ministério da Defesa Nacional tinha anunciado para janeiro de 2010 a entrega do primeiro NPO.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Primeiro Navio de Patrulha Oceânica entregue à Armada até fim de 2010

O ministro da Defesa anunciou esta sexta-feira que o primeiro Navio de Patrulha Oceânica (NPO) para a Armada Portuguesa deve ser entregue até ao fim deste ano, adiantando que países como a Nigéria já mostraram interesse por este equipamento.

Durante a apresentação da proposta de Orçamento do Estado para a Defesa Nacional na especialidade, que reúne as comissões de Defesa e de Orçamento, foi o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrelo, a adiantar que “a expectativa” é que o NPO “Viana do Castelo” seja entregue até ao fim de 2010.
Já Augusto Santos Silva referiu que o primeiro NPO – de oito navios encomendados pela Marinha – em construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) está “a ser finalizado” e que “há outros países nessa linha de NPO’s de construção portuguesa”.

domingo, 7 de novembro de 2010

Chávez quer vender petróleo na Europa através de Sines

O Presidente venezuelano assinou seis acordos com empresas nacionais. Dois deles com a Galp.

A Galp Energia assinou ontem, em Viana do Castelo, dois memorandos de entendimento com o Governo venezuelano, na presença do mediático presidente Hugo Chávez e do primeiro-ministro português, José Sócrates.

O primeiro acordo diz respeito a um estudo para verificar a possibilidade do Porto de Sines se poder afirmar como uma plataforma de distribuição do petróleo venezuelano para a Europa e o Mediterrâneo. Já o segundo visa a constituição de uma empresa mista de transporte e liquidificação de gás natural.

Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp Energia, em declarações ao Diário Económico dava conta da sua satisfação: "Sobre o primeiro acordo temos 12 meses para verificar a possibilidade de nos assumirmos como plataforma de distribuição". O gestor da petrolífera portuguesa adianta que "para já é apenas um estudo, depois logo se verá o que se segue". Já sobre o segundo acordo, Ferreira de Oliveira diz que se "trata de uma renovação do contrato já estabelecido". E acrescenta: "Trata-se de um trem de liquidificação de gás (delta-caribe) produzido pela petrolífera venezuelana e a Chevron". Segundo o Diário Económico apurou este acordo já tinha sido estabelecido e estava prestes a terminar o prazo, pelo que as autoridades venezuelanas, em conjunto com a Galp, resolveram alargar o prazo.

Outro dos acordos assinados diz respeito à construção por parte dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) de dois barcos asfalteiros no valor de 130 milhões de euros. Para o primeiro-ministro José Sócrates, "são navios da última geração, de grande exigência tecnológica, num contrato da maior importância para os estaleiros e para a economia portuguesa". A importância para os estaleiros prende-se com o facto do estaleiro estar a viver dias de algumas dificuldades com a falta de encomendas. Fonte do Governo adiantou ao Diário Económico que "com este contrato os ENVC ficam a trabalhar a 100%". De fora, fica para já a aquisição do ‘ferry' Atlântida, pelo Governo de Chávez, apesar do presidente da Venezuela se ter mostrado "muito interessado" na compra do navio pelo montante de 35 milhões de euros. O ‘ferry' Atlântida tinha sido encomendado pelo governo regional dos Açores que depois acabou por não o adquirir.

Em cima da mesa voltou a estar a assinatura de um contrato com o grupo Lena. Este acordo que já tinha sido assinado na primeira visita de Sócrates a Caracas, tem em conta a construção de 12.512 habitações sociais e três fábricas de casas pré-fabricadas, um negócio calculado em 682 milhões de euros. De destacar ainda a assinatura de um memorando de entendimento para o fornecimento de mais 1,5 milhões de computadores Magalhães à empresa J. P. Sá Couto no prazo de três anos.

Chávez compra barcos e habitações prefabricadas

Contrato de construção de prefabricados, no valor de cerca de mil milhões de dólares, fechado com o grupo Lena:

A visita-relâmpago de Hugo Chávez a Portugal saldou-se na compra de dois barcos asfalteiros aos Estaleiros de Viana do Castelo num valor de 130 milhões de euros - financiado pelo Banco Espírito Santo - e na assinatura com o grupo Lena do contrato definitivo para a construção de 12 512 habitações sociais, e de três fábricas para a produção de material prefabricado de tecnologia nacional. Existe a perspectiva de que possam existir novos contratos de construção, confirmou ao i o secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro. O contrato com o grupo Lena, proprietário do i, tem o valor de cerca de mil milhões de dólares (cerca de 715 milhões de euros), segundo revelou o secretário de Estado.

Foram assinados vários outros protocolos, com vista à concretização futura de novos negócios. Um ferry está em obras de remodelação com vista a ser vendido à Venezuela para fazer o transporte entre o continente e ilhas, como a Margarita, mas Chávez mostrou interesse em adquirir um segundo ferry aos Estaleiros de Viana.

Um outro protoloco foi assinado com o governo regional dos Açores com vista à contratualização de compra de produtos alimentares regionais - já foram encomendadas 1000 toneladas de atum à COFACO, empresa de conservas açorianas.

A Galp renovou o acordo para a exploração de gás e assinou um protocolo com vista à concretização futura de um contrato de armazenamento e distribuição de gás, nomeadamente a sua futura injecção na Europa, confirmou o secretário de Estado.

Foi também assinado um protocolo para a venda à Venezuela de 1,5 milhões de computadores Magalhães em três anos, um acordo que prolonga o inicial contrato de um milhão de computadores da firma J.P. Sá Couto já entregues.

Duas mãos O presidente venezuelano, afirmou ontem que vinha a Portugal par dar "as duas mãos" a José Sócrates num momento "difícil" da vida nacional. "Estou muito contente por estar em Portugal. Estamos à procura de oportunidades em todo o mundo e viemos aqui a pedido do meu amigo José Sócrates,um bom homem. Num momento difícil para Portugal, viemos dar-lhe as duas mãos", afirmou Chávez à chegada ao Porto, citado pela Lusa.

O avião do presidente venezuelano chegou às 11h00. Chávez veio acompanhado por nove ministros e foi recebido pelo secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor e pelo embaixador da Venezuela. Nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que visitou na companhia do presidente da Venezuela, José Sócrates, afirmou que a visita de Chávez constitui "um contributo para a economia e o emprego". "É um grande dia para as relações entre os dois países", afirmou o primeiro-ministro, elogiando a relação "muito intensa" entre os dois países e uma cooperação bilateral que "evoluiu muito nos últimos anos". "Em 2007, as exportações portuguesas para a Venezuela eram de 17 milhões de euros, praticamente inexistentes. Em 2009 eram já de 122 milhões de euros. Este ano, de Janeiro a Agosto, já vendemos para a Venezuela cerca de 100 milhões de euros", disse o primeiro-ministro.

Depois de assinar os acordos em Viana do Castelo, Hugo Chávez partiu para Matosinhos, onde visitou a fábrica de computadores Magalhães da JP Sá Couto. Em Viana do Castelo, Chávez visitou também a fábrica de torres eólicas da Enercom e elogiou o "grande contributo de Portugal para o desenvolvimento do mundo" por estar a investir em energias renováveis. "Este tipo de energia é o futuro", disse Chávez. "Algum dia há-de acabar o petróleo neste planeta, esperemos que em 3500, mas algum dia há-de acabar".

sábado, 23 de outubro de 2010

Chávez pode comprar dois 'ferries'

Presidente venezuelano visita hoje empresa onde estão 'encalhados' navios que o Governo dos Açores rejeitou.

O Presidente da Venezuela poderá comprar os ferries rejeitados pelo Governo açoriano, o já construído Atlântida e o Anticiclone, que aguarda a montagem final de todos os blocos já construídos e cuja operação deverá ser retomada após a presença de Hugo Chávez, hoje, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). A informação foi obtida ontem pelo DN junto de fonte de empresa e, a confirmar-se, constitui um verdadeiro balão de oxigénio para o maior construtor naval português. A novidade é mesmo a forte possibilidade de Chávez "levar" também o segundo navio. No caso do Atlântida, serão necessários trabalhos de adaptação no interior e saída do navio. Quanto ao Anticiclone, tudo será feito quase à medida dos interesses do Governo venezuelano. O Governo dos Açores rescindiu o contrato com os ENVC alegando uma diferença na velocidade máxima do primeiro ferry. Se Viana do Castelo recebe hoje um dos mais polémicos líderes mundiais de sempre, nem por isso a pacatez do Alto Minho vai ser quebrada nas cerca de três horas que Hugo Chávez permanecerá na cidade, numa visita que pode representar muitos milhões de euros para os ENVC. Segundo fontes ouvidas pelo DN, a rotina da cidade pouco se alterará, cabendo à PSP a segurança exterior e sendo certo que nenhuma rua será cortada ao trânsito regular. No entanto, a comitiva de Hugo Chávez, acompanhado pelo primeiro-ministro, José Sócrates, terá escolta policial própria em todo o percurso, reforçada no caso de se tratar da figura mais polémica da América Latina. Na sexta-feira, a segurança pessoal venezuelana já passou a "pente fino" os locais por onde Hugo Chávez vai passar, inclusive o navio Atlântida.

165 milhões para construção naval

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega hoje a Portugal para uma visita-relâmpago ao Norte do País. A deslocação terá o seu ponto alto nos Estaleiros de Viana do Castelo (ENVC), local onde serão assinados vários acordos. Entre eles está o da adaptação do ferry ‘Atlântida’ para transporte de passageiros e viaturas. A encomenda vale 35 milhões de euros, a que se somam mais 130 milhões para construir dois navios asfalteiros. O ‘Atlântida’ chegou a fazer parte de uma encomenda do Governo Regional dos Açores, que desistiu do contrato por não terem sido cumpridos alguns requisitos.

A estada de Chávez, acompanhado de nove ministros, no País inclui ainda o assumir de compromissos antigos, como o da construção de 2500 vivendas pré-fabricadas – negócio de cerca de 680 milhões de euros – pelo Grupo Lena.

Após a assinatura de acordos em Viana do Castelo – em que o primeiro-ministro, José Sócrates, estará acompanhado pelo ministro das Obras Públicas, António Mendonça, e pelos secretários de Estado Paulo Campos e Fernando Serrasqueiro –, o chefe de Estado da Venezuela desloca-se ao início da tarde à fábrica dos computadores Magalhães, da JP Sá Couto, em Matosinhos. Neste domínio, estão em execução dois contratos para o fornecimento de 850 mil computadores à Venezuela.

Na sequência de mais uma visita de Hugo Chávez a Portugal, deverá ser assinado um terceiro contrato para o fornecimento de 1,5 milhões de computadores nos próximos três anos.

Chávez chega a Portugal para selar acordos na construção naval e nos Magalhães

O presidente da Venezuela chega, este sábado, a Portugal para uma visita de dois dias, que culminará com a assinatura de acordos nas áreas da construção naval e do fornecimento de 1,5 milhões de computadores Magalhães. Hugo Chávez chega este sábado ao fim da tarde ao Porto, onde pernoitará, deslocando-se no domingo de manhã aos Estaleiros de Viana do Castelo (ENVC). Numa cerimónia em que Chávez estará acompanhado por nove ministros do seu executivo, Portugal recuperará também um anterior compromisso para que o Grupo Lena construa na Venezuela 2500 vivendas pré-fabricadas (negócio de 950 milhões de dólares) e um acordo na área das energias renováveis. Na área da construção naval, a Venezuela assinará um conjunto de acordos com os ENVC, sendo um dos mais emblemáticos o da adaptação do ferry "Atlântida" para o transporte de passageiros e viaturas - uma encomenda avaliada em 35 milhões de euros. Ainda na área da construção naval, dar-se-á início ao processo de construção de um segundo ferry de transporte, o "Anticiclone". Tanto o "Atlântida" (já construído) como o "Anticiclone" tinham sido encomendados pelo governo dos Açores, que entretanto desistiu do negócio, por o primeiro daqueles navios não cumprir com a velocidade estipulada no contrato. Os ENVC vão também receber da Venezuela a encomenda para a construção de dois navios asfalteiros, no valor de 130 milhões de euros. Após a assinatura de acordos em Viana do Castelo - em que o primeiro ministro, José Sócrates, estará acompanhado pelo ministro das Obras Públicas, António Mendonça, e pelos secretários de Estado Paulo Campos e Fernando Serrasqueiro -, o chefe de Estado da Venezuela desloca-se ao início da tarde à fábrica dos computadores Magalhães, da JP Só Couto, em Matosinhos. Neste domínio, estão em execução dois contratos para o fornecimento de 850 mil computadores à Venezuela.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Hugo Chávez e Sócrates visitam Estaleiros de Viana do Castelo

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visita este domingo os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), empresa que há dias assinou um contrato para a construção de dois navios asfalteiros, no valor de 128 milhões de euros, para aquele país sul-americano. Fonte oficial da administração dos Estaleiros adiantou hoje à Lusa que Hugo Chávez, acompanhado pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, inteirar-se-á do projecto daqueles navios e visitará também o navio Atlântida, que poderá igualmente ser vendido à Venezuela, num negócio que, a concretizar-se, rondará os 35 milhões de euros. O Atlântida foi encomendado pelo Governo dos Açores, está pronto e deveria significar um encaixe de 46,4 milhões de euros para os ENVC, mas em Abril de 2009 o cliente anunciou que desistia do contrato, por o navio apenas atingir 16,5 nós de velocidade, quando deveria atingir pelo menos 18. O navio, considerado de luxo, está desde então atracado na doca dos ENVC, à espera de um eventual comprador. Uma delegação da empresa estatal Petróleos da Venezuela esteve no início deste mês nos ENVC para uma "reunião exploratória" de negociações que poderão terminar na venda do navio Atlântida àquele país, como adiantou na ocasião à Lusa fonte da administração. A delegação efectuou "uma visita rápida" ao navio, seguindo-se agora visitas de índole técnica, "para conferir as características operacionais e técnicas do navio com os requisitos específicos da utilização na Venezuela", como referiu a mesma fonte. Esta visita foi efectuada ao abrigo da Acta de Compromisso assinada a 29 de Maio 2010, entre a Petróleos de Venezuela e os ENVC, no decorrer de uma deslocação de José Sócrates a Caracas.
Na ocasião, Chávez admitiu que o Atlântida, com capacidade para transportar 750 passageiros e 150 viaturas, "pode ser de muita utilidade" nas ligações entre o Porto de La Guaira e a Ilha Marguerita. Também este mês, os ENVC assinaram a entrada em vigor de um contrato, superior a 128 milhões de euros, para a construção de dois navios asfalteiros para a empresa venezuelana PDVSA Naval, filial da Petróleos da Venezuela SA. Com 27 mil toneladas cada um, o primeiro asfalteiro será entregue dentro de 36 meses e o segundo nove meses depois. O contrato garante 1,2 milhões de horas de trabalho aos ENVC. O presidente do Conselho de Administração da empresa, Veiga Anjos, lembrou que este contrato resulta de um "namoro" que durou cerca de uma década.

Negócio com a Grécia cada vez mais longe

O contrato, no valor de 120 milhões de euros, que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) firmaram com um armador grego para construção de dois ferries "pode estar ameaçado", admitiu a administração da empresa. "Estamos em conversação com o armador, porque expirou o prazo para o financiamento, para eventualmente retomar, noutras bases. Mas o contrato pode estar ameaçado, de facto", admitiu Veiga Anjos.
Isto porque, explicou o presidente do Conselho de Administração dos ENVC, o maior construtor naval português e tutelado pelo Estado, o prazo para o armador regularizar a questão do financiamento com a banca expirou e tudo depende agora de uma nova renegociação e do aval da banca (inicialmente seria portuguesa) para retomar o negócio destes dois ferries, verdadeiros navios de luxo, visto como mais um balão de oxigénio para as contas da empresa pública. Mas se do lado da Grécia o negócio está mais complicado, Moçambique poderá ser uma porta que se pode vir a abrir.
Há dias a empresa foi visitada pelo ministro dos Transportes de Moçambique, país que poderá encomendar àquela empresa navios para reforçar a sua frota de marinha mercante e para fiscalizar a sua zona costeira. "Há hipóteses [de construir para Moçambique]. Eles estão interessados em proteger as suas imensas costas. Isto está de acordo com a gama de construção que estes estaleiros têm", admitiu Veiga Anjos. Em cima da mesa está a hipótese de constituição de uma parceria envolvendo os dois países para promover a construção naval para aquela ex-colónia portuguesa. Outro assunto que em breve poderá ter desenvolvimentos é do ferry Atlântida, com a prevista vinda, em breve, de técnicos da Empresa de Petróleos da Venezuela aos Estaleiros, para analisar tecnicamente o navio e avaliar ser serve as necessidades. Entre os dois paises já existe um principio de entendimento para a venda do ferry, que foi rejeitado pelos Açores por uma diferença minima na velocidade máxima.

Viana do Castelo: Estaleiros navais controem dois navios para a Venezuela

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vão construir dois navios asfalteiros de 27 mil toneladas, adquiridos pela venezuelana PDVSA Naval, num contrato da ordem dos 130 milhões de euros, adiantou o secretário de Estado Marcos Perestrello, que considerou que a construção destes dois navios “é um momento muito importante para a ENVC”, uma vez que ajudam a empresa a “ultrapassar este momento difícil que os ENVC têm passado, dada a quebra de encomendas internacionais que nos últimos anos houve”.
A construção dos dois navios assegura 45 meses de trabalho aos ENVC, tendo o primeiro navio de ser entregue à PDVSA Naval “daqui a 36 meses e o segundo daqui a 45”, o que representa “650 mil horas de trabalho por navio”, precisou o secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Venezuela compra por 130 milhões

Ontem, ao fim de oito anos de negociações, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que praticamente têm a sua capacidade produtiva a cerca de 30% devido à falta de novas encomendas, fecharam finalmente a construção de dois navios-asfalteiros de 27 mil toneladas para a PDVSA Naval, filial da Petróleos da Venezuela SA. O contrato de 130 milhões de euros foi firmado com a presença de elementos da empresa venezuelana e do Governo português, mas para já apenas a fase de desenho vai começar a ter trabalho, já que o projecto será totalmente nacional, mas com o apoio de técnicos venezuelanos, no âmbito de partilha de tecnologia.

"Este é o caminho que mostra que os ENVC têm futuro e são viáveis. Os tempos não estão fáceis, é verdade, mas este não é o momento para a lamúria ou para o protesto inconsequente", lembrou o secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello.

A cerimónia decorreu na nova nave de construção da empresa, a estrear pelos dois novos navios para a Venezuela, e o governante garantiu aos trabalhadores que assistiam que "as crises são momentos muito duros mas devem constituir uma oportunidade de reajustamento, iniciativa e aperfeiçoamento". A construção dos primeiros blocos só arranca dentro de seis meses e daqui a 36 meses de trabalho será entregue o primeiro e nove meses depois o segundo, após 650 mil horas de trabalho. O governante colocou a fasquia nos ferries e outras embarcações de luxo como um nicho a explorar pela empresa, isto numa altura em que dentro de dias novos peritos da Venezuela se deslocam a Viana para tentar adiantar o negócio da compra do ferry Atlântida, encostado há mais de um ano na empresa.

Estaleiros de Viana têm contrato em risco e não afastam cenário de despedimentos

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) poderão perder o contrato com a Hellenic Seaways, para a construção de dois ferries, orçados em cerca de 120 milhões de euros, por falta de financiamento do armador grego.

O cenário de despedimentos volta a pairar, na sequência do plano de viabilização que a administração da empresa de construção naval deverá apresentar até final do ano. A Comissão de Trabalhadores (CT) admitiu que, no futuro, os ENVC possam vir a trabalhar com apenas 500 dos actuais 764 trabalhadores.

A hipótese de redução do número de postos de trabalho foi colocada, ontem, pelo presidente do conselho de administração dos ENVC, Veiga Anjos, no final da cerimónia da assinatura da acta da entrada em vigor do contrato de aquisição, por uma filial da Petróleos da Venezuela SA, de dois navios asfalteiros, orçados em cerca de 130 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, Veiga Anjos afirmou que "é prematuro" falar em despedimentos, mas adiantou que "nesta altura não pode assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho".

A possibilidade de despedimentos também não foi descartada pelo coordenador da CT, António Barbosa.

"Em condições naturais, vamos chegar a um valor desses [500 trabalhadores]", sustentou, acrescentando que "não é amanhã nem depois de amanhã".

Os ENVC enfrentam actualmente uma grave crise financeira por falta de encomendas. Um problema que se poderá agravar se o contrato com a Hellenic Seaways não se concretizar. O armador grego deixou expirar em Setembro o prazo de financiamento. Sem acordo com a banca, a administração dos ENVC mantém as negociações para "retomar o dossier noutras bases contratuais".

Contrato de 120 ME entre Estaleiros Navais e armador grego "pode estar ameaçado"

Viana do Castelo, 12 out (Lusa) -- O contrato, no valor de 120 milhões de euros, que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) firmaram com um armador grego para construção de dois ferries "pode estar ameaçado", admitiu hoje a administração da empresa.

Segundo Veiga Anjos, presidente do Conselho de Administração dos ENVC, o prazo para o armador regularizar a questão do financiamento com a banca expirou.
"Estamos agora em conversações com o armador para eventualmente retomarmos o assunto, eventualmente noutras bases contratuais. Mas os contratos podem estar ameaçados", referiu Veiga Anjos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Viana: situação financeira dos Estaleiros Navais é 'preocupante mas não insolúvel' - líder dos TSD

O secretário nacional dos Trabalhadores Social Democratas (TSD), Arménio Santos, alertou hoje para a “preocupante” situação financeira dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), mas considerou que o problema “não é insolúvel”. “É uma situação financeira que tem de ser considerada preocupante, ainda que não seja insolúvel”, disse Arménio Santos, no final de uma visita aos ENVC, em que reuniu com a administração e com a comissão de trabalhadores da empresa. Arménio Santos sublinhou que a nova administração “está a proceder a um estudo para reestruturar e modernizar a empresa e a tornar mais competitiva”, nomeadamente através da procura de novas encomendas no mercado, “de forma mais agressiva”. “Penso que a empresa, depois desse estudo que estará pronto dentro de dois meses, estará em condições de rasgar caminhos novos para responder aos problemas que tem hoje”, acrescentou. Arménio Santos sublinhou que, segundo o que hoje lhe foi transmitido, essa reestruturação não deverá implicar despedimentos nos ENVC, que hoje empregam 780 trabalhadores. “O que nos foi transmitido é que nada indica que essa medida [despedimentos] venha a ser necessária”, afirmou. Os ENVC fecharam as contas de 2009 com um prejuízo de 22,2 milhões de euros, sendo o passivo acumulado da empresa de 137 milhõe s de euros. O líder dos TSD lembrou que para esta situação “muito contribuiu” o negócio do Atlântida, um ferry-boat encomendado aos ENVC pelo Governo dos Açores, por quase 50 milhões de euros, mas que acabou por ser rejeitado, por não cumprir a velocidade estipulada no contrato. “Além de ter o navio encostado na doca, os ENVC vêem-se ainda a braços com encargos de larguíssimas centenas de milhares de euros por ano, para manutenção do barco”, referiu, frisando ainda que “situações como esta não são, de todo, um bom cartão de visitas para a empresa”. Na quarta feira, Carlos Veiga Anjos, antigo administrador da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Moçambique, foi eleito presidente do Conselho de Administração dos ENVC. No mesmo dia, o engenheiro naval Óscar Mota foi eleito vogal do Conselho de Administração. Tanto Veiga Anjos como Óscar Mota não têm funções executivas. O Conselho de Administração integra ainda três elementos executivos, que já tinham sido eleitos a 05 de julho. O almirante Victor Gonçalves de Brito, ex-administrador do Arsenal do Alfeite, é o presidente executivo dos ENVC, ficando a equipa completa com o economista José Luís Serra, ex-presidente da Câmara de Valença, e com o engenheiro naval Francisco Gallardo Duran.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

COMISSÃO DE INQUÉRITO Construção dos navios sem responsabilidades políticas

A Comissão Parlamentar de Inquérito à Construção dos navios Atlântida e Anticiclone concluiu “não ser possível retirar conclusões relativamente a responsabilidades politicas” pelos atrasos e problemas na aquisição daquelas embarcações.

A deputada socialista Catarina Furtado, presidente da comissão criada pelo parlamento açoriano para analisar o processo de construção dos dois navios, adiantou à agência Lusa que o relatório foi aprovado com “os votos favoráveis do PS, CDS/PP e PCP, mas com o voto contra do PSD”.

"Nesta perspectiva, os factos que se apuraram não concluíram sobre responsabilidades politicas", sublinhou a deputada socialista, salientando que foram “analisadas mais de 10 mil páginas de documentos e ouviram-se depoimentos de cinco pessoas dos dois lados do processo”.

A comissão “concluiu também que os interesses da região foram devidamente acautelados com o acordo global estabelecido com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) relativo aos navios em que a região receberá um montante de 40 milhões de euros”, de que falta receber oito milhões de euros, acrescentou.

Catarina Furtado referiu ainda que a comissão lamentou a indisponibilidade para prestar testemunho por parte de Duarte Ponte, ex-secretário regional da Economia, Duarte Toste, ex-presidente da Atlânticoline, e o actual presidente dos ENVC, António Jorge Rolo.

Segundo Catarina Furtado, “desde o início dos trabalhos o objectivo definido era o apuramento de eventuais responsabilidades puramente politicas”.

A deputada socialista manifestou-se satisfeita com “a forma consensual” como decorreram os trabalhos, referindo que “mesmo as saídas dos partidos foram manifestadas em comissão”, que “conseguiu apresentar o relatório nos seis meses estipulados”.

Lamentou, no entanto, que o Partido Popular Monárquico (PPM) e o Bloco de Esquerda (BE), que “propuseram a comissão a tivessem abandonado de uma forma extemporânea” e que “o PSD tenha votado sozinho contra o relatório, sem apresentar propostas de alteração contrariamente ao PCP e CDS/PP”.

Em declarações à Lusa, o deputado do PSD/Açores, Jorge Macedo, justificou a votação do partido, afirmando que "não bate a bota com a perdigota" no relatório, porque "as conclusões não reflectem o conteúdo do relatório".

“É um relatório feito para ilibar o governo regional de qualquer responsabilidade política e uma conclusão diferente daquela que era possível inferir em todo o documento”, referiu.

Segundo Jorge Macedo, “a maioria socialista alterou o relatório no sentido de concluir que não tinha sido possível à comissão apurar se essas responsabilidades políticas existiam ou não”.

O deputado referiu ainda à Lusa que “o PSD apresentou uma proposta para que a comissão se declarasse incapacitada de apurar responsabilidades politicas, devido às recusas de alguns depoentes e ao bloqueio permanente do PS, nomeadamente na audição do Drº Teles de Meneses, administrador dos estaleiros na altura do contrato”.

A comissão de inquérito, inicialmente proposta numa inédita iniciativa conjunta dos partidos da oposição parlamentar e depois aprovada também com os votos da maioria socialista, pretendeu esclarecer os contornos do processo de construção dos dois navios encomendados pelas autoridades regionais para o transporte de passageiros entre as ilhas.

Em Abril de 2009, o governo açoriano recusou o navio Atlântida, alegando que não cumpria todos os requisitos definidos contratualmente, tendo algum tempo depois manifestado também desinteresse no Anticiclone, que ainda estava em fase de construção.

O relatório vai agora ser debatido na sessão plenária da próxima semana da Assembleia Legislativa Regional.

domingo, 27 de junho de 2010

Nova gestão dos ENVC só em Julho

Estaleiros Ainda não será esta semana que a nova administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai tomar posse, tendo em conta as negociações que ainda decorrem para fechar a contratação de um terceiro elemento executivo. Segundo dados recolhidos pelo DN, a Assembleia geral em que a nova equipa de administração dos estaleiros deverá tomar posse só deverá acontecer nos primeiros dias de Julho. O novo presidente do Conselho de Administração dos ENVC será Carlos Veiga Anjos. A Comissão de Trabalhadores afirma ter agora uma "esperança redobrada" no sucesso da empresa.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Assessores de Paulo Portas "negociaram contrapartidas"

O director do departamento jurídico da MAN Ferrostaal, Johann Hochbaum, testemunhou ontem em tribunal que a equipa portuguesa com quem negociou o contrato de contrapartidas dos submarinos, entre Dezembro de 2003 e Abril de 2004, era formada por Bernardo Diniz Ayala, Lisa Pinto Ferreira, Fernando Geraldes e Tiago Silva Pereira.

Fernando Geraldes e Tiago Silva Pereira eram homens de confiança de Paulo Portas, então ministro da Defesa Nacional. O primeiro agia na qualidade de assessor do grupo de apoio ao ministro, no âmbito do Programa Relativo à Aquisição dos Submarinos (PRAS), função com que assinou a célebre acta número 12 da Comissão Permanente de Contrapartidas à qual faltam os anexos em que se descreviam os projectos de contrapartidas abrangidos por este contrato. No mesmo ano em que o contrato para a aquisição de dois submarinos foi negociado, mas já depois deste fechado, Fernando Geraldes foi presidir aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), onde ficou até 2007. Tiago Silva Pereira era vogal da Comissão Permanente de Contrapartidas, cargo que exerceu até à saída do presidente, Pedro Brandão Rodrigues, hoje deputado do CDS-PP, em 2005. Bernardo Ayala e Lisa Pinto Ferreira eram, à data, advogados do escritório de Sérvulo Correia. O primeiro, considerado o principal consultor jurídico do Ministério da Defesa durante as negociações com os alemães, saiu entretanto para a Uría Menendéz, que se fundiu depois com a sociedade de Daniel Proença de Carvalho. Bernardo Ayala é actualmente arguido no caso da compra dos submarinos, processo que se encontra em investigação pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).Lisa Pinto Ferreira, cujo nome aparece em vários documentos do processo dos submarinos, deixou de estar directamente ligada ao escritório de advocacia, mas no registo da Ordem dos Advogados menciona uma morada que pertence a uma sociedade imobiliária da qual Sérvulo Correia é presidente, a JMSCA Imobiliária, com sede na Rua Artilharia Um, em Lisboa, fundada em 1999.

DECISÃO POR MAIORIA Comissão aos navios não ouve mais ninguém

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone decidiu 6ª feira, numa reunião realizada na Horta, não fazer mais inquirições além daquelas que estavam inicialmente previstas.

A decisão, tomada por maioria, contou com os votos favoráveis do PS, PCP e CDS-PP, que consideram não ser necessário ouvir mais intervenientes neste processo para apurar responsabilidades políticas pelas falhas na construção dos dois navios.As autoridades regionais dos Açores encomendaram aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) a construção dos navios Atlântida e Anticiclone, destinados ao transporte de passageiros entre as ilhas do arquipélago. Em Abril de 2009, o governo rejeitou o Atlântida, alegando que não cumpria os requisitos definidos contratualmente e, algum tempo depois, manifestou também desinteresse no Anticiclone, que ainda estava em construção.Na sequência da polémica que se gerou, os partidos da oposição, numa inédita iniciativa conjunta, propuseram a criação de uma comissão de inquérito, que veio a ser depois aprovada também com os votos da maioria socialista.Durante os trabalhos, alguns deputados defenderam a necessidade de ouvir outras personalidades ligadas ao processo, pretensão agora inviabilizada com a decisão tomada 6ª feira.Contra esta posição votaram o PSD, BE e PPM, que apresentaram um requerimento para que fosse chamado a prestar depoimento o director comercial dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), António Teles de Menezes.Jorge Macedo, do PSD, considerou “indecente” o que se passou nesta comissão de inquérito, lamentado que nem todos os partidos tenham entendido a necessidade de ouvir “esta personalidade central em todo este processo”.“Isto foi uma descarada tentativa de branquear um processo e um negócio que penalizou em milhões de euros os açorianos”, acusou Jorge Macedo, assegurando que o PSD/Açores “vai continuar a diligenciar, dentro da comissão, todos os esclarecimentos até ao mais pequeno pormenor”.Posição diferente manifestou Francisco César, do PS, que considerou “nada aconselhável” a postura do PSD na comissão, acusando os social-democratas de já terem “conclusões pré definidas”.“Nós percebemos que, para o PSD, isto é uma questão de sobrevivência política, porque se agarrou de unhas e dentes a esta comissão de inquérito”, afirmou o deputado socialista, frisando que a comissão “não pode estar indefinidamente a ouvir pessoas”, até porque “custa dinheiro aos contribuintes”.Em protesto contra a decisão de não ouvir mais responsáveis ligados ao processo de construção dos dois navios, Paulo Estêvão, do PPM, decidiu abandonar a comissão, que tem a próxima reunião marcada para 30 de Junho, na Horta.

sábado, 19 de junho de 2010

RESCISÃO DE CONTRATO DO ATLÂNTIDA Ex-presidente dos Estaleiros critica autoridades regionais

O ex-presidente dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), Fernando Geraldes, defendeu na comissão parlamentar de inquérito que não havia razões para as autoridades açorianas rescindirem o contrato para a construção do navio Atlântida. Esta posição foi manifestada quinta-feira à noite durante uma audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone, que esteve reunida durante três horas na Horta No final, em declarações aos jornalistas, Fernando Geraldes, que presidiu aos ENVC entre abril de 2004 e abril de 2007, defendeu que o incumprimento em relação à velocidade mínima prevista no caderno de encargos podia ter sido ultrapassado com um acordo entre armador e construtor. “Não sei se o problema se deu por falta de perícia dos estaleiros, se foram alterações provocados pelo armador, o que eu não via e não vejo é que uma alteração de um nó ou meio nó não fosse um assunto que não pudesse ser resolvido entre as partes”, afirmou. As autoridades açorianas encomendaram aos ENVC dois navios para o transporte de passageiros entre as ilhas do arquipélago, tendo rejeitado em abril de 2009 o Atlântida por não cumprir nos testes de mar os requisitos definidos contratualmente, entre eles a velocidade. Mais tarde, o governo regional também manifestou desinteresse no navio Anticiclone, que ainda se encontrava em fase de construção. Relativamente à questão do acordo de cavalheiros, que três altos quadros dos estaleiros afirmaram ter existido para que os ENVC baixassem o preço da proposta, recuperando-o depois com aditamentos ao contrato, Fernando Geraldes afirmou desconhecer a sua existência. “Nunca ouvi falar nesse acordo de cavalheiros! Ouvi falar pela primeira vez aqui nesta comissão”, assegurou. O ex-presidente dos ENVC revelou também desconhecer muitos outros pormenores do negócio, salientando que esses dados eram da responsabilidade de um dos técnicos que o PSD pretendia inquirir, mas cuja audição foi chumbada pela comissão de inquérito. No final da audição, a maioria dos partidos lamentou o desconhecimento revelado por Fernando Geraldes, tendo sido decidido que a comissão volta a reunir hoje para decidir se deve ouvir outros intervenientes no processo de construção dos dois navios.

Antigo presidente dos Estaleiros Navais desmentiu acordo de cavalheiros, garante Francisco César

O deputado do PS/Açores, Francisco César, garantiu que o ex-responsável pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) desmentiu, na Comissão de Inquérito, a existência de um acordo de cavalheiros no processo de construção do navio “Atlântida”. “Houve inúmeras declarações feitas, hoje (quinta-feira), pelo Dr. Fernando Geraldes que são relevantes. A primeira é que desmentiu a existência, ou pelo menos o seu conhecimento, de um qualquer acordo de cavalheiros. Isto deve ficar claro.”, afirmou o deputado socialista. Francisco César falava aos jornalistas, na Horta, após o Dr. Fernando Geraldes, antigo presidente dos ENVC, ter sido ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone. “Esta audição teve muita utilidade, porque permitiu saber como funcionavam os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, uma vez que foi ouvido o responsável máximo da altura”, disse o parlamentar do PS/Açores. Segundo Francisco César, a existência de um acordo de cavalheiros, pelos pressupostos do PSD, “só poderia existir se houvesse margens negativas de lucro. O que Dr. Fernando Geraldes comprovou é que existiam margens positivas de lucro” neste negócio. Assegurou, portanto, que era impossível existir um acordo de cavalheiros, porque não fazia sentido um acordo para resolver um problema que, na prática, não existia, disse. Adiantou, ainda, que o Dr. Fernando Geraldes confirmou, na prática, o depoimento já prestado pelo engenheiro Navarro Machado, outro antigo presidente dos ENVC, que foi, recentemente, ouvido em sede desta Comissão de Inquérito. “Temos dois ex-presidentes de Conselhos de Administração dos ENVC a dizer, basicamente, a mesma coisa”, concluiu Francisco César.

sábado, 12 de junho de 2010

Carlos César rejeita acusações do PSD sobre envolvimento em recusas de depoimentos a comissão parlamentar de inquérito

O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, rejeitou hoje as acusações do PSD sobre o alegado envolvimento na recusa de duas personalidades em prestar declarações na comissão parlamentar de inquérito à construção dos navios Atlântida e Anticiclone.

“Não faz sentido a observação do PSD, é uma declaração sem nexo, que reflete a desorientação em que o partido vive”, afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.O PSD/Açores considerou hoje que as recusas de Duarte Ponte, ex-secretário regional da Economia, e de Duarte Toste, ex-presidente da Atlanticoline, foram “combinadas” de acordo com o Governo Regional e o PS/Açores.“Eu sou presidente deste governo, transmito orientações aos membros deste governo, não aos membros do anterior governo nem aos do próximo”, frisou, acrescentando que “não tem qualquer fundamento o que disse o PSD”.Carlos César, que é também líder do PS/Açores, considerou que o PSD “perdeu a cabeça”, frisando que a maior força política da oposição nos Açores “é um partido desregulado, sem sentido”.“É um partido sem liderança, com vários líderes ocultos, que se combatem com protagonismos sucessivos e diários”, afirmou, lamentando que “no caso do PSD, nem se sabe com quem falar”. Questionado pelos jornalistas sobre o interesse dos depoimentos de Duarte Ponte e Duarte Toste para o total esclarecimento das questões levantadas no processo de construção dos dois navios, Carlos César frisou que não tem que tomar posição sobre o assunto.“É uma comissão de âmbito parlamentar, de inquérito sobre atos que têm a ver com a actividade governativa, por isso é o parlamento que deve investigar, com inteira liberdade e autonomia, da forma que entender e quando entender”, frisou, acrescentando que “o presidente do governo não se mete nesses assuntos”.A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone foi criada na sequência de uma inédita iniciativa conjunta de todos os partidos da oposição parlamentar, que veio depois a ser aprovada também com os votos da maioria socialista.Em abril de 2009, o navio Atlântida foi rejeitado por não cumprir os requisitos contratuais e, mais tarde, as autoridades regionais manifestaram também o seu desinteresse no Anticiclone, ainda em construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Para os social democratas, a recusa em prestar depoimento de Duarte Ponte e Duarte Toste coloca em causa o esclarecimento de um “acordo de cavalheiros”, admitido por três altos responsáveis dos ENVC, que terá permitido aos estaleiros nortenhos baixar a proposta para a construção dos navios, alegadamente sob a promessa de posteriores alterações que recolocariam o preço nos valores iniciais.

INQUÉRITO AOS NAVIOS PSD/A liga César a recusa de depoimentos

O PSD acusou ontem o presidente do PS/Açores, Carlos César, de estar envolvido nas recusas do ex-secretário regional da Economia e do ex-presidente da Atlanticoline prestarem declarações na comissão parlamentar de inquérito à construção dos navios Atlântida e Anticiclone. “Ninguém tem dúvidas que as recusas estão combinadas com o presidente do PS/Açores, Carlos César”, afirmou Jorge Macedo, porta-voz do PSD para as questões de transportes, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada. Em causa está a recusa de Duarte Ponte, ex-secretário regional da Economia, e de Duarte Toste, ex-presidente da Atlanticoline, em prestarem declarações na comissão parlamentar de inquérito ao processo de construção dos dois navios encomendados pelo governo regional para o transporte de passageiros entre as ilhas dos Açores. Em Abril de 2009, o navio Atlântida foi rejeitado por não cumprir os requisitos contratuais e, mais tarde, as autoridades regionais manifestaram também o seu desinteresse no Anticiclone, ainda em construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Numa iniciativa inédita, todos os partidos da oposição parlamentar propuseram uma comissão de inquérito, que veio a ser depois aprovada também com os votos da maioria socialista, mas se defronta agora com a recusa de duas das personalidades que o PSD considera serem “essenciais” para o esclarecimento de “um negócio que acarretou enormes prejuízos para os Açores”. Nas contas do PSD, este negócio implicou “um prejuízo real de 19,7 milhões de euros para a economia açoriana”. “É inadmissível que se recusem a prestar contas do seu envolvimento neste processo nebuloso”, frisou António Marinho, líder parlamentar do PSD/Açores, que também participou na conferência de imprensa. Para os social democratas está em causa o esclarecimento de um “acordo de cavalheiros”, admitido por três altos responsáveis dos ENVC, que terá permitido aos estaleiros nortenhos baixar a proposta para a construção dos navios, alegadamente sob a promessa de posteriores alterações que recolocariam o preço nos valores iniciais. “Para um acordo de cavalheiros são necessárias duas partes. Uma (ENVC) já o assumiu categoricamente e sem meias palavras, caberia à comissão de inquérito apurar quem são os intervenientes da outra (Atlanticoline e Governo Regional)”, afirmou António Marinho. Para o líder parlamentar do PSD/Açores, “o PS e o Governo Regional optaram por esconder os protagonistas”, acrescentando que “com dinheiros públicos não pode haver acordo de cavalheiros”.
“A recusa de Duarte Ponte e Duarte Toste em prestar declarações na comissão de inquérito convém ao governo e ao PS para manter a opacidade do negócio dos navios”, afirmou António Marinho. Apesar destas recusas, Jorge Macedo assegurou que o PSD “levará até às últimas consequências o apuramento da verdade”, admitindo que, “se o não conseguir na comissão de inquérito tem que recorrer a quem o consiga”, numa referência a um eventual recurso ao Ministério Público.

Acusações rejeitadas:

Entretanto, o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, rejeitou ontem as acusações do PSD sobre o alegado envolvimento na recusa de duas personalidades em prestar declarações na comissão parlamentar de inquérito à construção dos navios Atlântida e Anticiclone. “Não faz sentido a observação do PSD, é uma declaração sem nexo, que reflecte a desorientação em que o partido vive”, afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada. “Eu sou presidente deste governo, transmito orientações aos membros deste governo, não aos membros do anterior governo nem aos do próximo”, frisou, acrescentando que “não tem qualquer fundamento o que disse o PSD”. Carlos César, que é também líder do PS/Açores, considerou que o PSD “perdeu a cabeça”, frisando que a maior força política da oposição nos Açores “é um partido desregulado, sem sentido”. “É um partido sem liderança, com vários líderes ocultos, que se combatem com protagonismos sucessivos e diários”, afirmou, lamentando que “no caso do PSD, nem se sabe com quem falar”. Questionado pelos jornalistas sobre o interesse dos depoimentos de Duarte Ponte e Duarte Toste para o total esclarecimento das questões levantadas no processo de construção dos dois navios, Carlos César frisou que não tem que tomar posição sobre o assunto. “É uma comissão de âmbito parlamentar, de inquérito sobre actos que têm a ver com a actividade governativa, por isso é o parlamento que deve investigar, com inteira liberdade e autonomia, da forma que entender e quando entender”, frisou, acrescentando que “o presidente do governo não se mete nesses assuntos”. A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone foi criada na sequência de uma inédita iniciativa conjunta de todos os partidos da oposição parlamentar, que veio depois a ser aprovada também com os votos da maioria socialista.